Dicas & Novidades
A esperança humana em viver mais
O homem tem depositado sua fé na evolução da ciência, visando as novas pesquisas na área do envelhecimento, que buscam aumentar a quantidade de anos a viver, preservando uma melhor qualidade de vida. Tais pesquisas avançam com a engenharia genética e com a bioquímica celular.
Muitos grupos tornam-se apaixonados pelo assunto a ponto de desafiarem outros pesquisadores que não aceitam muito tais avanços na busca de viver mais. Estes grupos trazem para seus laboratórios, volumosas somas de dinheiro, investidos por mega-empresas que visam explorar os fatores que a longevidade pode proporcionar. Eles fazem uso de frases decoradas como: Esta chegando o momento de prolongar a vida ou Estamos a ponto de refazer a biologia humana.
Já não é suficiente o aumento da expectativa de vida que ocorreu durante o século passado, em virtude dos avanços na Medicina com a produção de antibióticos e vacinas, das melhorias na rede sanitária e da implantação da Medicina Preventiva. As pesquisas continuam sem parar e altas somas são despejadas em laboratórios que testam seus experimentos em moscas, larvas e em animais de laboratório, muitas vezes conseguindo resultados
Eles estudam não somente os genes individuais, mas estruturas como os Telômeros e a Telomerase, que são responsáveis pela regulação das modificações que ocorrem cada vez que a célula se divide, levando-a à inatividade e à incapacidade de se dividir novamente. Os Telômeros agiriam como um relógio do envelhecimento, mas a Telomerase que é uma enzima, poderia evitar a ação ocorrida nos Telômeros, imortalizando a célula.
Quando estes conhecimentos forem transferidos para as chamadas células precursoras que poderiam ser transformadas cientificamente em qualquer tipo de célula e com a ação da Telomerase, se tornariam imortais, eliminando desta forma o envelhecimento e a morte celular.
Quando lemos a respeito destas pesquisas futuristas até há pouco tempo, mas reais e palpáveis já nos dias de hoje, começamos a nos perguntar: Onde isto vai parar?
Nesta hora então, procuramos opiniões contrárias de pesquisadores que acham que o aumento na expectativa de vida no século passado, decorrente de correções alimentares, melhoria nas medidas sanitárias e nos tratamentos médicos, não interferiu no processo de envelhecimento e que, a despeito destas modificações, nós continuaremos a envelhecer e morrer.
Outro assunto de vital importância é o fato de quando os pesquisadores tornam-se eufóricos e entusiasmados com seus resultados, sentem a necessidade de publicá-los. Muitas vezes as informações chegam até a mídia, que ávida pela fama que tais notícias possam lhes conferir, espalham manchetes e textos, muitas vezes entendidos de maneira errada, e a população que sempre corre atrás de meios de prolongar a vida, atira-se na compra de medicamentos e dietas milagrosas, proporcionadas por laboratórios que só pensam em lucros, e é enganada, fazendo uso destes coquetéis da eterna vida, sem saber que tais milagres não existem e que podem até causar riscos sérios a saúde individual.
É importante que mantenhamos cautela, e que embora o mundo científico caminhe para descobertas até então não imagináveis, tenhamos como certo que as pesquisas na área da Genética e da Bioquímica Celular estão em franco progresso e quaisquer conquistas quanto ao número de anos que o ser humano possa viver a mais, não serão usufruídas por nós, e sim pelas gerações futuras.
Os Gerontólogos e Cientistas que trabalham na linha do aumento da longevidade devem comprovar seus resultados, utilizar empresas financiadoras de confiança e proteger suas descobertas de interesses meramente econômicos, publicando suas conquistas em revistas sérias e principalmente, evitando a manipulação das informações por uma mídia de credibilidade duvidosa.
Para nós, todos estes avanços tecnológicos na pesquisa científica, têm mostrado que, embora não hajam confirmações finais de que poderemos controlar o envelhecimento celular nos próximos anos, já podemos nos orgulhar por sabermos que dispomos de condições de vida muito melhores que as dos nossos antepassados, o que torna a nossa velhice mais longa e melhor.
Dr. Paulo M. Mesquita
Diretor do Residencial Longevittá
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